Texto apresentado pelo Movimento Fora da Ordem no Congresso da UNE
Comissão da Verdade e Abertura dos Arquivos da Ditadura
O Período da ditadura civil-militar no Brasil, compreendido entre 1964 e 1985, deixou uma grande lacuna em nossa história. A investigação dos acontecimentos desse período, bem como de crimes cometidos pelo Estado brasileiro contra cidadãos militantes de organizações de esquerda que resistiam ao sistema é fundamental para que consigam os construir de forma plena uma identidade nacional.
Durante o duro período do regime militar brasileiro, que teve em 1968 o auge da repressão, estudantes, artistas, militantes e os demais membros da sociedade que lutavam pela democracia e se mantinham no enfrentamento ao sistema estabelecido, foram privados de seus direitos expressão e liberdade. Estes bravos resistentes tiveram suas vidas perseguidas, foram presos, torturados, exilados, desapareceram ou foram mortos na luta pela reconstrução da democracia e pela recuperação dos direitos, sobretudo de liberdade e expressão.
Essa história, não é apenas a história de um grupo de indivíduos, mas sim de toda a sociedade brasileira, pois se inseriu em um contexto social e permanece ainda hoje trancada em arquivos dos militares, privados ao acesso da população, tirando da mesma seu DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADE. Nós, estudantes de todo o Brasil, devemos, assim como no tão clamado ano de 1968, sair às ruas, protestar nas praças e gritar a todos exigindo a abertura imediata dos arquivos da ditadura civil-militar!
Os jovens das décadas de 60, 70 e 80, que estiveram na luta pela reconstrução da democracia, em que vivemos hoje, e pela recuperação dos direitos de liberdade e expressão que hoje possuímos, tiveram um bravo papel de resistência à ordem autoritária e ditatorial do Regime civil-militar no Brasil. Acreditamos que é dever dos estudantes de hoje se colocar Fora da Ordem que mantém os valores estabelecidos nesse período e que garante a impunidade dos crimes cometidos pelo Estado brasileiro e seus apoiadores.
Sendo assim, é nosso dever exigir e lutar pela instauração imediata de uma Comissão da Verdade que investigue os crimes cometidos pelo Estado e faça justiça aos heróis desses 21 anos de chumbo. Feito isso, preencheremos a lacuna que falta em nossa história. Somente dessa maneira conquistaremos nosso DIREITO À MEMÓRIA, À VERDADE E À JUSTIÇA e com isso adquiriremos maior consciência à cerca da nossa identidade nacional.
Movimento Fora da Ordem.
