O presidente da UNE, Augusto Chagas, iniciou o ato afirmando que esse tema é muito especial para os estudantes brasileiros. "Construímos esse debate com a alegria de quem quer consolidar a democracia no nosso país. Não se trata de vingança, mas de garantir que isso [Ditadura Militar] nunca mais aconteça", enfatizou.
Segundo a ministra Maria do Rosário, "o ato significou um momento histórico dos mais importantes para a democracia do país." Ela lembrou que no período ditatorial, estudantes não podiam participar de manifestações como essa e os que ousavam defender a democracia, muitas vezes não voltavam mais para suas casas.
"O desaparecimento forçado, a tortura e os maus-tratos foram, numa época, prática de governo e de Estado. O Brasil democrático de hoje deve à generosidade de uma geração o fato de estarmos aqui com a liberdade instaurada e podermos, em nome deles, dizer que cada um de nós tem o direito de saber a verdade", destacou a ministra.
Ao afirmar que a democracia não é algo acabado e que a cada dia é construída e fortalecida, Maria do Rosário pediu que cada participante do ato que gostaria de saber o que aconteceu durante o regime militar no país levantasse a mão. Todos levantaram. "Não existiram dois lados. O que existiu naquele perído foram jovens lutadores pela pátria, pela democracia, e de outro lado a força do Estado que hoje, diante do povo brasileiro, pede perdão por tudo aquilo que ocorreu", concluiu.
O ministro da Justiça afirmou que todos os arquivos referentes ao período ditatorial devem ser disponibilizados ao público. Ele disse ainda ter orgulho de ser de um governo que tem posição clara de defesa da memória e da verdade.
José Eduardo Cardozo destacou que o direito à memória pressupõe o direito à verdade. "Não há possibilidade que um país seja democrático se sua história não for escrita com toda a verdade. Esse projeto [que cria a Comissão da Verdade] não é só do governo, mas de todo o povo brasileiro."
Além do presidente da UNE e dos ministros, também se manifestaram favoravelmente ao projeto a presidenta da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, deputada Manuela D'Ávila, o presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, e o presidente da Associação dos Anistiados de Goiás, Hélio Cabral.
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